sábado, 28 de fevereiro de 2009

Junto com esse, claro

Esse também

Flaming Lips foi um dos melhores shows da minha vida

Sucesso!




snif

Acabo de descobrir que choro até quando assisto "American Inventor". E é a primeira vez que assisto isso, logo, não se assustem se não conhecem o programa, eu também não conhecia. Cara, eu chorei até em "Impacto Profundo". Choro na maioria dos filmes da "Sessão da Tarde"...

Se eu não fosse tão apaixonado pela Penélope Cruz, a Scarlett Johanson, a Anne Hatthaway, a Mel Lisboa e a Megan Fox, poderia até considerar a idéia de virar gay... Saco, até isso é difícil...!

De coração

O Blog da tereza é muito legal!!!!
Sério, leiam.
O link está ao lado.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Nome próprio, sem pseudónimos

Vários podem ser os motivos desse hiato no blog:
1 - Eu sabia que isso podia ser descoberto e, por precaução, reprimi minha inspiração.
2 - A bebida já não é mais tão amiga do teclado.
3 - Algo mais palatável surgiu pra ocupar minha mente.
4 - Finalmente percebi que escrevo mal.

Qualquer que seja o motivo, agora não há mais como se esconder. Desculpas por ter feito isso de forma meio grosseira em certos momentos, completamente absurda em todos os momentos e de forma tão covarde também. Contudo, era o que me garantia alguns momento de paz. Ademais, são só palavras. Claro que isso não torna os sentimentos uma mentira, ao menos até tomarem corpo através da letra. Afinal, nenhum sentimento é falado, por isso não sentia falta do "eu te amo" e aquelas lágrimas me significaram tanto, tudo significou muito. Aliás, tal tempo verbal não está muito adequado. Tudo significa muito, o que queria era deixar claro que nada me levaria a buscar algo hoje.

Enfim, perdi a cabeça nos últimos tempos. Relendo tudo, nada parece muito sensato mesmo. Tudo fora de ordem, de contexto, de espaço. Acho que isso era eu. Bom, ao menos pude reler tudo e chegar a essa conclusão. Logo, que fique claro que não sou tão triste, nem depressivo, deprimido ou sozinho, e essa solidão há de passar em pouco tempo. E, repito, não há nenhuma idealização aqui, não vou cortar meus pulsos por você, ou mesmo arrancar um fio seu de cabelo. Realmente, o hoje me traz um pouco mais de paz por contar com poucas palavras suas. Senti-me deveras agradecido por aquela noite. Por toda a vontade de ter aquilo, de passar pelo nervosismo, de poder errar novamente, de encarar, de não saber aquilo que jurava conhecer, de pensar e não agir, de não querer mais nada... Enfim, não só estava contente ou satisfeito, estava bem de verdade, com aquilo e nada mais.

Lembro da melhor vista que vou ter em toda minha vida. Lembro de tê-la ao meu lado. Lembro de ter dito alguma asneira muito grande, como se fosse impossível você se lembrar daquilo pra sempre sem eu ser desagradável. E, mais importante, lembro que estava ali por ti. Não por não ter vontade própria, muito pelo contrário. Minha vontade era experimentar o que vinha de você, confiava em você, ainda confio. Não me entenda mal agora, não quero soar como uma criança ou uma massinha de modelar, mas, realmente, desde o primeiro instante tive um interesse enorme em ser você por um dia. Queria mesmo experimentar tudo, ter tudo, ver tudo, usar tudo, ler tudo que fosse seu... Achava que nunca mais teria alguém assim na vida. Sei, agora, que nunca terei mesmo, o que não quer dizer que seja uma necessidade, só quero dizer que é única. Por isso me atenho a ti até hoje. Somado ao que o remorso e a angústia podem se tornar para um ser humano, pode ser a resposta de palavras tão estapafúrdias aqui escritas.

O que me intriga é que realmente encontrei tais palavras nesse caminho, as tive nesse tempo, as saborei nesses momentos. Não posso jugá-las como mentiras. Queria nunca tê-la perdido, mas não mais espero voltar no tempo. Ao ler, espero que não se assuste, se espante, me odeie, me julgue (a não ser pelo teor literário). Mais uma vez, não vou tentar abduzí-la novamente. E, aproveitando o que um bom malbec é capaz de fazer, só lhe peço que não volte atrás no seu intento. Eu podia ter recusado aquela manifestação de contato, mas não o fiz. Exatamente por que, como disse, queria aquilo muito e muito mesmo, e nunca vou passar disso. Claro que, se eu não for digno de interesse, aceitarei a penumbra. Porém, ao menos neste momento derradeiro, deixe claro o motivo.

Sei que eu podia não ter passado por isso. Sei que podia ter ganho muito mais, ser muito mais feliz, viajado muito mais, bebido muito mais, comido muito mais, lido muito mais, ido muito mais ao cinema, lhe acompanhado muito mais, descoberto muito mais. Sei que podia ter sido muito mais pra você. Sei que o que passei e aqui escrevi só tem a mim como culpado. Sei que o amor não significa tudo isso e mais o que queria lhe dizer. Porém, sei que tudo isso e mais o que queria lhe dizer é amor, é o que o amor foi e significou.

Ainda espero não ter que olhar pra trás pra revê-la. Ainda espero que não volte atrás. Ainda espero que seja completamente e explicitamente intragável com todos estes textos .

Se te conforta, pretendo que seja a última vez que (confesso agora) lhe escrevo. Será a última mentira, o último sentimento fora de onde deveria. Talvez, o último texto deste blog.

Um beijo, boa viagem e continue arrebatando corações.

prometo que é o último

momento Pumpkins

Abóboras Amassadas?!

o cara que não devia ter saído dos Pumpkins

a mina que tomou o lugar da D'Arcy

melhor que macarrão com almôndegas

pronuncia-se "ivér"

E olha que eu nem gosto muito dela...

Comovente

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

"...all things go, all things go..."

You Are The Blood

- Alô.

- Oi, liguei porque queria conversar contigo.

- Nossa, que ótimo. Há tempos esperava isso. Pensei que nunca mais ouviria sua voz. Pensei em ti todo esse tempo. Não vejo a hora de nos encontrarmos. Pode ser onde quiser, quando quiser. Adianto que, mesmo pelo telefone, me sinto uma criança novamente, ouvindo sua voz. Parece até que estou milhas acima do nível do mar, flutuando, o ar rarefeito... Enfim, que bom. Adoraria conversar.

- Ah, sim. Então, fica pra uma outra semana. Até.

- Hã... sim! Ok. Até!

Saco, preferia ter continuado vivendo sozinho. Quer dizer, preferia ter vivido na vã esperança de voltar um dia a dividir meus sonhos com ela a viver com uma esperança frustrada, com a sensação de rejeição mais forte que anteriormente, mais perto que antes, bem mais longe que antes, angustiado, ansioso, na incerteza de agir dessa ou daquela forma, muito mais sem ela do que nunca me senti. Inferno, me arrependo de, nos piores dias desde que tudo aconteceu, ter desejado somente saber notícias dela, somente ter uma palavra, somente uma visão. Agora, mais que nunca, minha garganta arranha com a vontade de entregar tudo isso a ela, mostrar-lhe as cicatrizes, as fotos espalhadas, os cigarros fumados, as dores sofridas, a vida abandonada, a solidão adquirida... Acho melhor não desejar somente que ela saiba disso. Melhor esquecer tudo, voltar ao primor que é a minha tristeza, ao saboroso estado moribundo em que vivia quando lhe desejava somente um "oi".

- Hey, tá falando sozinho?!

- Não, só estava desejando morrer...

- Ah, bom... Qualquer coisa que precisar, me chame.

Falling in Love

Adentrou o avião com um sentimento estranho. Procurou sua poltrona, intencionalmente longe das saídas de emergências (pois sabe que entraria em pânico caso algo acontecesse) e perto do corredor. Logo de início, afivelou o cinto de segurança de forma quase asfixiante e escondeu de sua vista qualquer escrito contendo normas de segurança e desenhos ilustrando situações de perigo. Implorou aos deuses para que ninguém sentasse ao seu lado, e, mesmo não acreditando em deuses, foi atendido. Enquanto uma linda aeromoça (serão todas elas lindas?) explanava a respeito dos dispositivos de segurança do avião e como portar-se em situações de risco, ele ligou o som portátil que trazia, de forma que, para ele, a aeromoça cantava "The Thrill Is Gone" enquanto manuseava uma máscara de oxigênio.

Agora, as turbinas estão ligadas. Neste momento, o avião começa a deslocar-se. Pronto, o avião aponta seu bico em direção ao céu. Sim, o aeroplano está definitivamente fora do chão. É o fim, ele está voando.

Enquanto aceita um copo de água com gás, servido por outra aeromoça, linda, diga-se de passagem, lembra-se de que não é a vontade de urinar que lhe incomoda, e sim aquela sensação estranha de que lhes falei na primeira sentença. Subitamente, como que sob o comando de uma chave-inglesa, ele vira a cabeça em direção à parte traseira do avião. "Entendo", é o que diz.

Começa a despencar escada abaixo. Primeiro degrau: a gola V de sua camiseta começa a apertar-lhe como uma gravata; Segundo degrau: suas mãos, de tão frias, lhe impedem de tomar o chá que acaba de ser servido; Terceiro degrau: sente sua poltrona afundar, talvez pelo peso de estar molhada com seu suor; Quarto degrau: o jornal que lhe entregam mais parece um daqueles testes de oculista, e, pelo esforço que faz para lê-lo, seu grau de miopia passa dos 18 ; Último degrau: como uma alucinação, sente que o avião passa por uma estranha turbulência.

Não, espere! Houve realmente uma turbulência. Foi esta que levou o piloto a informar-lhes que o avião estava em declínio, e levou uma das lindas aeromoças a chorar em desespero. E, quando ao passar os olhos por um dos passageiros, conseguiu ler de seus lábios "Nós vamos morrer", sentiu-se bem naquele avião como não havia sentido desde que entrou.

Tirou o sinto, correu em direção à poltrona dela, ajoelhou-se perante aquela moça de cabelos lindos e lhe disse:

"Querida, gostaria de nos desejar parabéns. Faz 5 anos que não nos vemos, não nos falamos, não nos tocamos, não nos relacionamos. Dou a mim, também, os parabéns, pois faz 5 anos que abandonei a vida que me foi cedida por meus pais para vagar este mundo como um defunto. Parabéns, mais uma vez, a ti, pois há exatos 5 anos atrás, tomou a decisão que mudou a vida de duas pessoas, da mesma forma que um deus do olimpo faz com seus adoradores. Creio que não te merecia, e talvez nunca farei por lhe merecer. Mas não há paixão neste mundo maior, não há amor neste mundo maior, não há admiração neste mundo maior, e não há vida sem você ao meu lado. Devo-lhe desculpas por adentrar sua vida sem pedir licença, sem enfrentar dragões, sem merecer sua mão, sem percorrer uma longa jornada de sacrifícios, sem a mínima noção de que meu coração passaria a não bater mais em razão da minha existência. Agora, que sei que posso lhe encarar e fitar seus olhos que tanto me deram alegria de viver, sem mentiras, sem falsidade, sem atuação, me sinto tão cheio do mais profundo e sincero sentimento, que nutri por ti desde o momento que lhe senti em minha vida. Eu te amo, minha querida. Te amo, te amei por essa vida, e hei de te amar por quantas mais puder desfrutar. Desde que me deixou, ansiei por este momento, não o da minha morte, mas do meu renascer ao seu lado. Este avião irá cair, minha fofa. Mas meu amor por ti, jamais".

E, enquanto as lágrimas escorriam e evaporavam nas primeiras chamas, os dois permaneceram abraçados, sem serem vistos através da cortina de fumaça, imóveis, inteiros, imunes a tudo e todos, prestes a tornarem-se um só, na iminência de serem cinzas espalhadas pelo vento, sem poderem distinguir se ali houve um ou uma, os dois, inseparáveis, indistinguíveis, unidos pra sempre, com amor, pelo amor.

"...nothing gets me off so completely..."

Cacildis!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Aldous Huxley

"A felicidade real sempre parece bastante sórdida em comparação com as supercompensações do sofrimento. E, por certo, a estabilidade não é, nem de longe, tão espetacular como a instabilidade. E o fato de se estar satisfeito nada tem da fascinação de uma boa luta contra a desgraça, nada do pitoresco de um combate contra a tentação, ou de uma derrota fatal sob os golpes da paixão ou da dúvida. A felicidade nunca é grandiosa." - Mustafá Mond

"You know the only place where i get hurt? Out there..."

The Painter Surprised by a Naked Admirer

"...I will live in you or you will live in me..."

domingo, 15 de fevereiro de 2009

On and On and On

"Querida Coralié

Nunca lhe pedi desculpas. Creio nunca ter lhe dito com sinceridade o que ocorreu, como me sentia, como me sinto agora ou como gostaria que soubesse essas coisas. Sei que não há mais tempo pra isso, talvez por isso essa carta deveria ser remetida a mim, não a você. Contudo, há tempos que tudo o que pode ser dividido em mim deveria ser feito contigo. E apesar de só me restar a angústia, a solidão e o remorso, certas coisas, que nunca foram somente minhas, mantém-se intactas e cobram seu preço até hoje.

Nunca gostei de ser direto contigo, sempre preferi (acredito que nós dois) fazer-me nas entrelinhas. Porém, prefiro não dar artifícios para que me veja como aquela pessoa que lhe cedeu somente metade de si. Logo, só me resta dissecar-me.

Minha pequena, meu coração me escurece cada vez que bate. Cada minuto em que me sinto um pouco vivo me leva àquele tempo em que lhe acolhia aos meus braços, restando ao presente um corpo sem alma e sem movimento. Ainda não consegui nos vermos distantes. Sinceramente, há meses que não lhe vejo, o que não me impede de sentí-la ou idealizá-la. Corro os mesmo lugares onde passávamos nossas tardes, todos vazios, todos escuros sob o sol do meio-dia. Perdi a sensibilidade em alguns músculos do rosto, não posso mais sorrir e a barba não esconde mais minha pele acinzentada. Acredito que perdi 21 gramas quando deixamos de ser nós. Meu corpo tem agido de forma tão absurda que nem consigo controlar minhas pernas ao andar, estão sempre agitadas, como se não quisessem ir para onde tenho rumado. Talvez estão nelas minha pouca sensatez, pois não sei ao certo para onde tenho rumado. Infelizmente, a única coisa que sei é como vim parar aqui.

Apesar de sempre termos dito que tudo não duraria mais que 1 mês (com o tempo, prometemos que não duraríamos mais que 3 meses), que não devíamos nos prender tanto, toda aquela conversa não nos impediu de vivermos intensamente um com o outro, muito menos nos preparou para o que viria. Eu tinha certeza de que meu dia começava quando deixava de sonhar contigo e passava a pensar em você, e acabava quando deixava de beijá-la para passar a sonhar contigo. Sabia que meus momentos mais tristes ao seu lado rendiam leves sorrisos de alegria por saber que tudo significava que estava começando a viver contigo. Aprendi mais do que poderia ensinar contigo. Fui mais feliz do que jamais poderei ser, e fui mais triste do que deveria ter sido. Triste por ter pensado, em momentos que preferia não tivessem existido, que não deveríamos continuar juntos. Triste por ter agido com intenção de forçá-la a ver aquilo da mesma forma que eu, por tê-la levado a crer que não conseguiríamos sobreviver ao tempo, e, finalmente, triste por tê-la feito ter certeza de que não valeria a pena.

Penso todos os dias que nunca poderei sabotar-me de forma tão dolorosa como foi o nosso caso. Sinto, minha doce Coralie, que nunca saberei o que poderia ter sido pra você, significado pra você, se não tivesse sentido tanto medo, se soubesse ser eu mesmo, se tivesse doado algo inteiro aos seus braços. Não quero admitir que gostaria de mudar o passado, pois, com tudo que passou, te quero mais do que a própria vida, mas não sei se o que vivo é realmente um presente.

Sinto muito sua falta, do seu sorriso, do seu cabelo, do seu cheiro, do seu amar, do seu jogar nos meus braços, do que sempre quis que eu fosse, do que sempre foi pra mim. Queria ter obtido êxito em encontrar razão para o que ocorreu. Infelizmente, amada Coralie, ainda não consegui me perdoar, muito menos figurar razões para que me perdoe. Porém, prometo que minha existência será sempre dedicada a ti, e a, ainda que mínima, chance de fazer-te feliz.

Quando quiseres, estarei a sua espera para enfrentarmos o mundo mais uma vez. Assim que possível, dar-te-ei, mais uma vez, o meu sorriso ao acordar.

Espero, divina Coralie, que não me obrigues mais a olhar para trás para que possa revê-la.

Sempre, e para todo sempre
Entregue a ti...


Antoine Baker
Paris, 18 de Dezembro de 1953"

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Word, thought or deed. Tell me, are you free?

Trouble in Mind

Ele: Guardei a foto comigo novamente. Li, reli, andei. Estou com problemas para completar a simples tarefa que é viver. Não sei mais quanto tempo se passou. Até ontem era uma vida e alguns segundos. Não piso mais fora de casa, não respiro mais ar puro e nem me vejo no espelho. Li, reli, andei. Preciso comprar mais cigarro e vinho. Pessoas que nunca vi antes me dão bom dia e brincam comigo o tempo todo. Agora, levo sempre um dicionário comigo. Perdi a fome, só como saladas e grelhados. Tem algo muito estranho comigo ou com o resto, sinto calafrios ao caminhar por entre eles. Continuo entregue... Li, reli, andei.

Ela: Continua tudo muito vivo, importante e saboroso. Mesmo quando age daquela forma estranha, basta que lhe dê uma pequena abertura que logo volta atrás e me sinto confortável novamente. Sei que não sou como antes, mas ele soube guardar o melhor de tudo. Perco a sanidade quando penso que o mesmo vento que me leva, o afasta. Creio que percebeu a mesma coisa, pois há ocasiões em que chego tão próximo, como se alguém de lá tivesse jogado a âncora. Entre todos os mares que naveguei, este será pra sempre o que chamarei de lar.

Ele: Hoje, só hoje. Pra ti. Vou sair, vou jantar, vou beber, vou até lá. Devo chegar tarde, sem tempo pra ler ou reler. Quem sabe, sonhar. Mas... E agora? Será que devo? Mais uma vez, uma única e última vez. Ao menos, até amanhã. Cigarro. Preciso de um banho. Mais uma vez. Deus, como isso foi parar aqui?! Inevitável como a morte. Até não sei quando. Li, reli, andei... Hoje, preciso sair. Por mim, pra ti.

Ela: Queria desistir. Queria poder, ou ao menos tentar. Serei eu tão fraca assim? Não seria a primeira vez, ele sempre permanece. Ao contrário de mim, que somente estou quando ela não está. Por culpa dele, tudo ficou mais denso e impenetrável. Agora ela não está, ela é. Lembro que um dia nós fomos. Por minha culpa, isso tudo ficou meio nublado, e agora carrego um fardo bem maior que minha memória.

Ele: Li, reli, andei...

Ela: Navego sem vento, sem farol, sem direção, sem meu mar.

Ele: Pra ti.

Ela: Não aguento essa confusão.

Ele: E eu?!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Cat Encircled By The Flight of a Bird

Head of Estella West

Naked Portrait With Reflection

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Evening in the Studio

Sei chorar

Tinha a crença de já ter vivido tudo, provado tudo, abusado de tudo e até estragado tudo. Foi quando ela aconteceu. Pra ele, nada valeria se não conseguisse somar nada à pessoa e, ao mesmo tempo, somar algo pra si próprio. Pensava que não conseguiria viver com alguém sem a mínima chance de sair daquilo com a bagagem maior.

Durante o começo, não via necessidade de pensar nisso. Estava bem, contente, satisfeito em andar ao lado dela. Costumavam não dar as mãos, o que, para os outros, era algo estranho, e para eles caracterizava a intenção inconsciente de não comungarem tão rapidamente. Ademais, aqueles corpos mantinham-se tão próximos entre quatro paredes que o fato de não darem as mãos se tornava tão importante quanto pensar em que horas iriam voltar para suas casas.

Isso tudo durou pouco mais de mês, até o dia em que sentiu falta de algo. Enquanto pensava em quando seria o encontro mensal que tinha com seus amigos, notou certa apatia naquele ato. Parecia que não mais importava sentar em um bar, tomar litros de cerveja, conversar sobre os assuntos mais mundanos e divertidos, sair carregado e ter certeza que aqueles caras eram exatamente como ele.

Ele tinha perdido a vontade de socializar-se, somente lhe importava acabar a noite ao lado dela. Não tinha mais coragem, tinha medo de perdê-la. Não tinha mais força de vontade, não correria atrás de nada que não aquilo que tinha encontrado. Havia perdido a vontade de conquistar mais, sentia que não importava o que poderia ter ao seu lado, mas sim quem ele queria ter. Já não era mais uma pessoa batalhadora, sentia que não havia mais nada a ser conquistado. Não tinha mais sossego ao dormir, pois sabia que um dia poderia acordar sozinho. Não era mais uma pessoa honrada, pois passaria por cima de qualquer um para mantê-la consigo. Não se sentia completo, pois parte de si encontrava-se naquela garota. Não sentia-se mais são, pois tudo que pensava tinha o perfume, o rosto ou a lembrança dela. Sentia-se afásico, pois houvera perdido a habilidade de comunicar-se, apenas admirava-lhe. Achava que estava sempre doente, com alguma mazela que só ela sabia a cura. Não tinha mais amor a vida, morreria, se assim fosse necessário, para que ela vivesse.

E por mais extenuante que a vida a lado dela fosse, não pensava que seria melhor acabar tudo. Não importava dormir enraivecido pelo que ela lhe havia dito, pois sempre acordava feliz. Aquele rapaz nunca deixou de pensar que não conseguiria viver com alguém sem a mínima chance de sair daquilo com a bagagem maior, mesmo havendo perdido tudo com ela. Ele, que havia vivido tudo, aprendeu que não há como racionalizar o amor, ou mesmo vivê-lo e, quiçá, sentí-lo. Para ele, o amor era aquela garota com o sorriso especial e a fala agradável, e quando ela fosse embora nada mais seria a mesma coisa.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

In A Silent Way

Talvez eu acabe sendo infantil, talvez precipitado, talvez errado... Mas, no momento, isso pouco importa. O que importa é a satisfação, mesmo que momentânea. É a dose de adrenalina, é a droga fluindo e a sensação de despertar que passa em alguns minutos.
Se não saio do lugar em que estou, só tenho como mudá-lo relocando tudo ao redor. Assim, primeiramente, o reflexo no espelho será outro. Depois, quem atuou nessa história, ou quem poderia se passar como figurante, perde o emprego. Todos saem. Sem substitutos. A vaga vai ficar vazia até sentir necessidade de completá-las. Até saber o que é completo.
Agora não haverá meio termo. Vai ser ou não será nunca. Logo, adeus para os que vão dessa pra melhor. Vou evitar pedir que compreendam, pois estou com uma preguiça infinita de me explicar. Aos que permanecem, boa sorte. Devo revelar que só os guardo porque vejo possibilidades de renovar-me em vocês.
Decidi não ter raízes, não ter lembranças, não ter caminhos, não ter atalhos. Tudo que conheço vai ser novo. Deixar os óculos de lado pra que não possa ver o que tudo realmente significa(significou).
Sem meias palavras ao telefone, sem desculpas, sem explicações. O novo terá, finalmente, a chance de conquistar seu espaço e não mais atuar sobre um terreno alheio. É hora de encher o vazio.

That's me!!

Hehe!!


Crazy in Love


Reflection In His Sunglasses

Certa vez, conheci um cara. Um jovem com ideais e valores bem resolutos. Tinha uma leve tristeza no sorriso e uma infinita alegria no olhar. Costumava rir do que não lhe era garantido, até porque sabia que não o faria desistir. Possuía um coração quase infantil, de tão verdadeiro e vivo. Transpirava um charme enorme, não sensual, mas sim fraternal. Conquistava a todos com sua breve rabugência, chatice, bom humor e inteligência. Alguém capaz de te segurar por uma vida sem vontade de ir ao banheiro. Apaixonante e intragável, ambos na medida certa.
Em um dado momento, passou por alguns acontecimentos desagradáveis. Momento este em que descobriu pessoas e coisas que lhe mudariam irreversivelmente. Viu com seus próprios olhos o que sempre desejou e nunca teve coragem de assumir. Sentiu-se vivo como nunca, completo e verdadeiramente único. Porém, como toda boa droga, os efeitos colaterais são o que lhe fizeram querer tanto a ponto de não querer nunca mais.
Fiquei sabendo que esse rapaz conseguiu escapar de tudo, manteve-se intacto na batalha e fugiu pra algum lugar seguro. Ele escapou, e deixou pra trás aquilo que me sorri satiricamente no espelho. Deixou uma carcaça em eterna crise de abstinência, sem presente ou futuro. Uma armação alienígena, sempre a buscar, sempre a pensar, nunca contente, nunca viva.
Um arcabouço, um buraco que sonha com janelas e portas cerradas, com finais infelizes e cadeiras vazias, com banheiras e secadores de cabelo, com ela e com ele.
Aquele cara escapou, sobreviveu, está seguro. Acredito que não deva nunca voltar.