sábado, 31 de janeiro de 2009

Amigão, amigão...!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

(auto)biografia

xadrez

"...and yet i fight..."

Unattainable

O tempo passou. Porém o mundo não girou, a página não virou, a vontade não cessou e a dor não passou. Sinto como se tivesse permanecido sentado no cinema, aguardando o início da continuação ou de alguma refilmagem hollywoodiana. Porém, não vejo mais espaço pra essa história. Sei que sou o único nessa fila.
Tenho andado sem respostas. Porém, compenso com perguntas. Tenho-as aos montes. Por não conseguir dormir, o que mais tenho feito é colher dúvidas da minha cabeça. Ou será que não durmo exatamente porque minha mente não para?
Começo a crer que o pensar se assemelha muito a uma doença degenerativa. Os efeitos a longo prazo são devastadores. No início, sente-se algumas leves fisgadas durante o dia, como pequenas agulhas realizando o trabalho inverso de um acupunturista. Logo após, perde-se a noção de tempo e espaço. Depois, o corpo não reage mais aos mesmos estímulos de antes. Com o tempo, o mundo parece se tornar uma alucinação, e o irreal passa a figurar no lugar do que já foi, um dia, real.
Enfim, talvez tenha Mal de Alzheimer... É, creio que não. Sempre achei mais provável que tivesse autismo. E, não, não um autismo à la Rain Man, sou péssimo com números. Meu espectro autista poderia ser caracterizado como uma premente incapacidade de se comunicar ou estabelecer relacionamentos, uma completa inabilidade em responder segundo as normas usuais (reparem: USUAIS) e um enclausuramento a um comportamento bem restrito. Por tudo que aconteceu, notei que não mantenho o que dou início, deixo tudo encerrar de forma inadequada e abrupta. Afora que, além da péssima comunicação verbal, creio nunca ter conseguido manter contato visual com alguém. Tenho pavor a me relacionar sem critérios, a englobar nomes na minha agenda sem nenhum controle. E, o mais assustador, clinicamente falando, tenho preocupação insistente com um dado padrão estereotipado (tradução: não paro de fazer merda).
Assim como o caso do Alzheimer, o autismo também deve ser mais uma suposição ridícula. Assustadoramente convincente, mas fictícia.
Creio que o consumo exagerado de tendências suicidas, remorso, angústia, solidão e desamparo tem tido efeito pior que as tantas garrafas que tenho esvaziado...

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

tenro...

"...it's better to burn out than than to fade away"


...



domingo, 25 de janeiro de 2009

Big Big Love

Eu posso acender um cigarro atrás do outro. Posso terminar uma garrafa atrás da outra. Posso passar quanto tempo for sozinho. Posso não olhar pra ninguém, muito menos me comunicar por dias. Posso acabar com a minha vida em um piscar de olhos. Só não consigo levá-la pra frente, não consigo vivê-la da melhor forma possível, fazer algo de bom ou lidar comigo mesmo. E, quão mais sozinho tento ficar, mais pessoas aparecem pra dividir minhas decepções. E maior é a tarefa de não decepcioná-las, maior é o fardo de não maltratá-las. É incrível, mas não sei de onde surgem tantas opções e poucas formas de alcançá-las.
Me irrita ouvir que preciso de ajuda, que preciso de profissionais. Sei muito bem o que um diploma pode fazer pelo outro: Nada além do que eu mesmo faria sozinho. Se pudesse achar um profissional pra dizer-lhes que não devem perder tempo comigo, não devem ver futuro pra mim, não devem me querer tão perto, se preocupar ou mesmo ter esperança... Um profissional pra me manter longe, um segurança...
Percebi que não vou conseguir recuperar aquilo que tinha, e muito menos vou tê-la de volta. Juro que daria meu sangue inteiro pra uma única chance com... Enfim, o que estou dizendo?! Não foi isso que me levou até o fim do poço. Melhor, não foi ela. Mais uma vez, não terminei o que comecei. Mais uma vez, saí pra ser esquecido.
Ela queria que eu tivesse uma decepção. Queria que eu experimentasse o sabor do fel, o gosto do desamparo, o que é ser negado. Tenho certeza que não eram boas as intenções, mas agora sei o porque isso deveria acontecer. Estou indo. Vou sair fora o mais rápido possível. Vou deixar tudo empacotado, pois não quero perder tempo. Aproveitem o que ficar pra trás, é de vocês. Não contem mais comigo pra nada. Estou de partida.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Lose Big

Nada vai me levar de volta ao que era. Nada vai trazer de volta os atritos que me levavam a seguir em frente. Ninguém me faz lembrar o que era acordar sem saber o que seria do dia. Nada vai apagar os horários que tomaram conta da minha vida.
Parece que tenho uma pequena agenda, ditando meus afazeres, a hora certa e a hora errada. Sei de tudo que está por vir, sei o máximo que pode ocorrer. E, de tão absurdo que isso me parece, tenho medo de fugir desse cronograma e ser obrigado a refazer tudo... Enquanto isso, durante os intervalos, sento em frente a alguma padaria de esquina, pra admirar os frangos assados girando no espeto. Impossível não desejá-los. Afinal, tudo gira em torno dos frangos assados. Tudo tem gosto de frango. Sofrer, amar, chorar, perder, ganhar, conquistar, desejar, admirar, gostar, perseverar... Tudo tem o mesmo gosto. Tudo faz o mesmo sentido que admirar um frango no espeto.
Talvez seja o fato de que já perdi meu paladar. Talvez seja a necessidade de retirar parte do meu cérebro. Somente sei que tem sido chato saber que nada é tão bom quanto todos pensam.
E não há nada que me traga aquilo de volta. Não há quem lhes faça mudar de idéia. Não há quem me apague de mim mesmo. Não há como não escorrer pelo ralo.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Great Movie Scenes

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Assista!

pé na porta e soco na cara...

Be Here Now

O que é pior, verdade ou mentira? O que resta da vida de quem já está morto? Como manter-se são quando sua única atividade é fazer o que não lhe faz sentido? Quando aquele momento especial vai acontecer? Será que vai acontecer? Tenho mantido essa mesma cara por muito tempo. Sinto parte dela derreter, e a outra perder o movimento. Sinto que nada de que gosto, ou gostei, me traz algum sentido ou algum ímpeto na vida. Não quero o que tenho, e me sinto cansado pra correr atrás de qualquer outra coisa. Cada sol que nasce é mais um dia perdido. Cada garrafa a menos é um dia a mais de sono. Não há muitas saídas quando sua maior ameaça é si mesmo. Estou farto de fechar portas, de ser obrigado a esquecer, de sobreviver. Já faz um tempo que só consigo rever certas coisa olhando pra trás. Não é o fato de perder que me deixa triste, e sim o fato de somente obter a resposta depois que soa a campainha.
Hoje vi um pouco disso tudo na minha frente. Tão longe quanto perto. Um instante, nem mantive meus olhos fixos. Aquele relance me digeriu por vários minutos, e pareceu um bumerangue voltando bem na minha testa. Mais uma coisa a menos.

Preciso de uma água-viva.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

What Makes a Man

Acho que, ultimamente, me sinto em uma crise de bulimia absurda. Tenho vontade de engolir todo esse lixo que me dão, toda essa loucura entalada na minha garganta e vomitar tudo em direção a todos ao meu redor. Seria divertido ver a reação das pessoas acostumadas à minha inércia e apatia. Certeza que muitos dirão: - “Mas você está fazendo uma besteira. Está jogando tudo fora.” Mas, e daí?! Quem disse que eu quero manter tudo isso?! Fato é que as pessoas mais perigosas são as que não tem nada a perder. Não que eu não dê valor a nada, só não acho que têm o valor que mereço. E, apesar de odiar clichês, não consigo parar de pensar na frase “O sentido da vida é buscar a sua felicidade”. Fala sério, ninguém percebe que buscar a felicidade é algo chato, exaustivo, difícil e muito demorado?! Eu não quero buscar, quero achar, ter, ser. Quero me esvaziar e encher tudo com coisas novas. Pôxa, sempre dei risada das minhas decepções... Porque não continuar rindo?! O melhor é que nesse exato momento de desespero, uma leve esperança surge. Talvez seja somente mais uma, talvez a melhor, talvez a única. Como eu vou descobrir isso? Fácil, tomando a atitude mais irracional e impulsiva possível. A única capaz de fazer tudo dar certo ou fazer sumir, mais uma vez, o chão sob meus pés. Assim, poderei tanto achar a felicidade como aprender a voar.

domingo, 18 de janeiro de 2009

The Build Up

Fingir a felicidade é algo bem complicado. O sorriso amarelo, a postura tensa, o olhar sem foco... Tudo muito bem trabalhado, muito bem pensado e, quase sempre, ineficaz. Mas, sem falsa modéstia, fingir felicidade não é pra qualquer um. Se não for motivada, tende a deixar a pessoa com aparência de quem sofre de uma terrível diarréia. No meu caso, finjo pela mesma conveniência que leva um soldado a comer insetos em uma floresta. É a falta de opção, ou melhor, uma opção plausível. É preferível comer larvas a passar fome. É melhor fingí-la que ser infeliz. Ainda mais quando se é obrigado a esquecer a sua face, a não mais manter contato, não mais procurá-la ou, sequer, pensar nela. A felicidade virou minha inimiga da noite pro dia. Tudo porque não soube como ser feliz, não soube como pagar o preço por ela. Nem ao menos tive tempo pra isso... Essa tal felicidade é uma senhorita de gênio forte e sem nenhuma tendência ao perdão. Teria ela, certa vez, me dito que gostaria de pintar todas aquelas faces de azul. Eu disse que lhe ajudaria. Mas, verdade é que eu nem sabia porque "azul". Não sabia se era sua cor favorita, não sabia se era uma metáfora. Enfim, eu não entendo de cores, e creio que, depois de tudo, nunca vou entender. Nunca vou ter mais do que me arrepender. Nunca vou perder meu tempo com besteiras. Nunca vou poder agir errado. Nunca vou ser largado sozinho. Nunca vou ter meu desejo negado. Nunca vou poder ficar triste por alguns dias. Nunca vou ser feliz. Vou ser sempre isso e nada mais.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Nude

Pra quê sofrer
Pra quê querer
e pra quê ter o que esperar, com que devanear,
se não é tudo que se faz valer
e nem é tudo que te faz chorar e, ainda assim,
querer continuar

ainda que se busque na distãncia
achando que a proximidade é rasa
todos serão sempre insuficientes
e a dor, ao tempo não pertence

mas, se existe lembrança, se existe memória,
hei de não ser pedra
pois a vontade está pro caminho
e a esperança há de comover

alegria é saber que vim sozinho
mas não vou solitário
felicidade é ter com quem partilhar
mas não por inteiro se dar
tristeza é saber o que fazer
mas não porque fazer.

logo mais

em pouco tempo

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Fireworks and Phonecalls

Tempo perdido, quando não havia tempo a perder. Há como sentir falta de algo que nunca se teve?! Enfim, me perdi no meio do caminho. Segui por meandros que me levaram a lugar algum, sem a sorte de andar em círculos e acabar me encontrando no ponto de onde parti. O jeito é continuar seguindo em frente. Com sorte, alguém acabará indicando a direção. Com mais sorte, me perco um pouco mais e acabo por desistir de encontrar o caminho. Por enquanto, a dor, raiva, decepção e ressentimento me atrapalham. Isso não é nada após os percalços que levaram a tanto. Outra vez, nada que alguns goles, outros tragos e algumas palavras desentaladas não resolvam. E, ao virar a primeira esquina, vejo alguém que parece poder ajudar. Uma figura familiar, com ar receptivo e a linguagem corporal de alguém que sentia minha falta. Alguém que parecia estar faltando. Alguém que me lembra muito o que eu era.

Needle in the Hay

Meus dentes doem. É difícil comer ou higienizar minha boca. Não posso mastigar, nem esperar que seja bom o que minha boca expele. Engulo tudo, pedaços graúdos e mal mastigados. Minha digestão não encontra maneiras de ser a mesma. Porém, minha fome não muda, continua a clamar pelas mesmas coisas... Completa falta de diálogo entre corpo e mente. Parece mais fácil condicionar o corpo que a mente. Aquele assumiu o aspecto destrutivo que esta, agora, percebe não ser adequado. O corpo quer dor, saliva por decepção. É fruto de um vasto tempo perdido pela mente abusiva que lhe controlava. Irônico, mas a dor de dentes parece demonstrar uma luta inconsciente contra esse martírio. Como se, para não suprir a necessidade latente de fracassos, torna-se incapaz o canal de abastecimento.

Noto o sangue correr pelas gengivas. Sinto-me vivo, e também satisfeito por ver-me em situação tão lastimável. Forço-me tanto para idealizar o chão como base para subir que a única coisa que consigo é não tirar os olhos dele. E, por mais que devesse me rebelar e motivar-me, só me encho de angústia. Às vezes, sonho estar doente, com alguma mazela incurável. Regozijo-me ao ver todos ao redor, no leito do hospital, enquanto o médico pronuncia o doloroso diagnóstico. Todos choram a clara possibilidade de perder-me, e dizem, com aparente certeza, "Ele é capaz de superar tudo". Ao acordar, um sentimento frugal diz que, quando se vê o outro lado, percebe-se o que realmente faz valer a pena viver, que por isso sonho com tal situação periclitante. Óbvio que não bastam mais de dois tragos de cigarro para perceber que não estou em busca de algo que faça minha vida valer. Realmente, quero algo pelo que valha a pena morrer.