domingo, 25 de janeiro de 2009

Big Big Love

Eu posso acender um cigarro atrás do outro. Posso terminar uma garrafa atrás da outra. Posso passar quanto tempo for sozinho. Posso não olhar pra ninguém, muito menos me comunicar por dias. Posso acabar com a minha vida em um piscar de olhos. Só não consigo levá-la pra frente, não consigo vivê-la da melhor forma possível, fazer algo de bom ou lidar comigo mesmo. E, quão mais sozinho tento ficar, mais pessoas aparecem pra dividir minhas decepções. E maior é a tarefa de não decepcioná-las, maior é o fardo de não maltratá-las. É incrível, mas não sei de onde surgem tantas opções e poucas formas de alcançá-las.
Me irrita ouvir que preciso de ajuda, que preciso de profissionais. Sei muito bem o que um diploma pode fazer pelo outro: Nada além do que eu mesmo faria sozinho. Se pudesse achar um profissional pra dizer-lhes que não devem perder tempo comigo, não devem ver futuro pra mim, não devem me querer tão perto, se preocupar ou mesmo ter esperança... Um profissional pra me manter longe, um segurança...
Percebi que não vou conseguir recuperar aquilo que tinha, e muito menos vou tê-la de volta. Juro que daria meu sangue inteiro pra uma única chance com... Enfim, o que estou dizendo?! Não foi isso que me levou até o fim do poço. Melhor, não foi ela. Mais uma vez, não terminei o que comecei. Mais uma vez, saí pra ser esquecido.
Ela queria que eu tivesse uma decepção. Queria que eu experimentasse o sabor do fel, o gosto do desamparo, o que é ser negado. Tenho certeza que não eram boas as intenções, mas agora sei o porque isso deveria acontecer. Estou indo. Vou sair fora o mais rápido possível. Vou deixar tudo empacotado, pois não quero perder tempo. Aproveitem o que ficar pra trás, é de vocês. Não contem mais comigo pra nada. Estou de partida.

2 comentários:

Ricardo disse...

Puxa, é um comentário novo? Não! É só o Ricardo criando falsas expectativas...

a.k.a Danny Skinner disse...

Ah, valeu. O mundo quase não é cheio de falsas esperanças...